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Conscientização da importância da adoção é comemorada no dia 25 de maio

Atualmente, há cerca de 8 mil crianças a espera de um lar

 

Um dos princípios mais importantes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trata-se do direito da convivência familiar e comunitária com dignidade. Quando as crianças são negligenciadas, abusadas ou abandonadas por sua família biológica, ou quando ficam órfãs, se a tentativa de reintegração familiar não é possível, por meio da adoção, estas crianças têm a chance de serem filhos e usufruir de uma relação harmoniosa e saudável num contexto familiar e social.

Para sensibilizar a população sobre o tema, o dia 25 de maio foi instituído o Dia Nacional da Adoção. Nesta data, a população volta os olhos para as crianças que estão nas filas à espera de um lar. “Adoção é um ato de amor. A rede de proteção aos direitos da criança e do adolescente precisa ser mais eficaz na proteção das crianças e adolescentes. Além disso, o Poder Judiciário precisa estar atento aos processos de reintegração ou de destituição do poder familiar para que não se delongue além do necessário, pois o tempo é extremamente precioso para a criança. Por sua vez, precisamos promover, de acordo com o previsto em lei, o encontro dos pretendentes à adoção com as crianças e adolescentes reais que aguardam por uma família, pois isso acaba promovendo a adoção de quem não está no perfil preferencial. O acolhimento é uma medida de proteção, mas também é uma violação ao direito a convivência familiar e se prolongado, produz atraso no desenvolvimento integral dessas crianças”, explica Sara Vargas, coordenadora do grupo de apoio à adoção em Uberlândia Pontes de Amor.

Atualmente, no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) há mais na fila (5.355), do que crianças para adoção (1.009), somente no estado de Minas Gerais. Em Uberlândia, há cerca de 11 crianças e adolescentes aptos para adoção e 209 pretendentes cadastrados.

Além disso, Sara destaca que também há falhas na rede de proteção ao direito da criança e do adolescente que acabam tornando o processo de adoção ainda mais demorado. “Por vezes, essas crianças que estão em situação de vulnerabilidade demoram muito tempo para serem acolhidas. Uma criança de 14 anos, por exemplo, que teve o poder familiar destituído e foi encaminhado para uma instituição de acolhimento, provavelmente, essa situação de vulnerabilidade perdurou por muitos anos até que, enfim, ele foi acolhido”, explica Sara. “Até que essa situação aconteceu, a mãe desse menino pode ter tido outros filhos. Então, nem sempre as pessoas têm condições de adotar grupos grandes de irmãos e eles vão permanecendo nas instituições, até que completam 18 anos quando, então, precisam sair e se virarem sozinhos”, destaca.

A coordenadora explica ainda, que o processo de reintegração ou de destituição do poder familiar e encaminhamento para adoção precisam ser sérios e rápidos, pois o acolhimento tem que ser emergencial e transitório. “A primeira tentativa será a de reintegrar a criança aos pais biológicos ou a sua família extensa. Não sendo isso possível, aí sim a criança é encaminhada para adoção”, ressalta.

A coordenadora dá a dica para quem está na fila esperando para adotar que participe de um grupo de apoio à adoção para que você receba orientação, apoio e preparo adequados.

Sobre o Pontes de Amor

Criada em 2012, a Pontes de Amor é uma Organização Filantrópica sem fins lucrativos, filiada à Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção (ANGAAD), que atua em Uberlândia e no Triângulo Mineiro em sintonia com a Vara da Infância e da Juventude, Órgãos e Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente. Surgiu diante da preocupação com a garantia dos direitos de crianças/adolescentes institucionalizados e dos altos índices de devolução de crianças por famílias adotivas no Brasil e de crises familiares no pós-adoção por falta de apoio, acompanhamento psicológico, psicopedagógico.

O grupo Pontes de Amor foi criado com o objetivo de  Apoiar e incentivar a adoção legal e a convivência  familiar e comunitária,  promovendo saúde  intra e  inter  relacional de crianças, adolescentes e suas famílias e com a sociedade. Além disso, busca auxiliar e facilitar a convivência social, familiar e comunitária da criança e do adolescente em processo de adoção ou em estado de acolhimento. Este trabalho é desenvolvido especialmente na preparação de famílias adotivas ou pretendentes à adoção com orientação e acompanhamento.